quarta-feira, 16 de abril de 2008

The world of certainties

Adoro as pessoas com certezas absolutas. Assistimos hoje em dia à sociedade da "certeza". Uma conversa de almoço banal acaba numa infinidade de certezas absolutas nos mais variados campos, desde roupa, a politica, desporto ou culinária. O mais engraçado é ouvir uma conversa repleta de certezas sobre um assunto que dominamos. Como diz Nuno (um velho filosofo autor da célebre teoria Peixeiriana) falamos com certeza sobre assuntos que conhecemos bem, sobre os assuntos que não conhecemos falamos com "certeza absoluta". Ouvir uma conversa de certezas inteiramente errada é cómico. Em francês costumo pura e simplesmente não intervir, a minha falta de vocabulário assim me obriga, mas por vezes é extremamente difícil. As conversas com certezas absolutas estão de tal forma enraizadas na nossa sociedade que acabamos por dizer que temos a certeza absoluta de tudo. É do estilo: "Eu tenho a certeza absoluta que a linha 10 do metro tem 27 paragens", "eu já as contei, por acaso, e são 28. Tenho a certeza", "estás a brincar comigo? Eu apanho essa linha todos os dias, tenho a certeza que tu não", "Apanhas todos os dias a linha 10? Eu tenho a certeza que não te deste ao trabalho de olhar para o mapa do metro e contar. Podes ter a certeza que é bem mais fácil.", "Eu tenho a certeza que esse teu mapa te ficava bem no rabo", "tenho a certeza que fica melhor no da tua mãe". Este infindável número de certezas deixa-me atónito e extremamente desconfiado do futuro da nossa sociedade. Tenho a certeza, sublinho a certeza, que quem menos certezas tiver será quem mais longe chegará.

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