segunda-feira, 7 de abril de 2008

Amsterdam

Amesterdão é uma cidade linda invadida pela decadência e degradação humana. Gostei porque é diferente de tudo aquilo a que estamos habituados, desde os canais (talvez mais bonitos até do que os de Veneza), à variedade de culturas, até a liberalização das drogas (é mesmo só das leves?) e da prostituição.

A cidade a nível arquitectónico agrada-me muito, os edifícios seguem uma regra que transmite uma ideia tranquila e pacifica quando os olhamos, as igrejas são igualmente transparentes e simples, os jardins são bonitos e coloridos. Outro aspecto que me cativou foi o facto das ruas estarem cheias de vida. Há cafés (sítios onde se fuma droga) por todo lado, lojas, restaurantes, bares, etc.
Passando agora à parte polémica, a droga e a sua liberalização é algo que me custa muito a aceitar, aceitar que se fume droga (que apesar do que todos os defensores dizem, faz mal e muito à cabeça e organismo de cada um) por toda e qualquer parte, sim porque agora que já lá estive posso dizer que se fuma em qualquer parte, como se quiser e bem apetecer. Acho giro como atracção turística, mas para viver? Interessante também como se diz que a liberalização das drogas leves (?) reduz o consumo de outras drogas. Por acaso a mim e ao Zeca só um jovem nos perguntou se queríamos coca, heroína, etc. mas é mais que normal haver disso para alem de ser mais do que sabido, pelas pessoas que lá vivem, que o consumo das chamadas drogas pesadas é bastante elevado e normal. Podem tentar-me dizer que também é muito normal em Lisboa e em milhares de cidades do mundo, mas essas cidades não defendem a redução do problema com a criação de um sistema livre de drogas leves (?). Enquanto passeamos vimos gajos completamente perdidos, cheios de olheiras, vimos gajos que nem andavam, vimos uma decadência total do ser humano em prol da (genial) liberalização das drogas leves (?). Tudo isto perto da hora do almoço. Vamos agora à prostituição (tema que me choca ainda mais), é chegar ao fundo do poço, é cair no ridículo, defender o que se passa em Amesterdão é um insulto ao ser humano. Admitir que raparigas (que têm pais, namorados, amigos, são pessoas!) estejam em montras como se fossem presunto, carne ou peixe é inadmissível. É humilhante, triste. Tanto eu como o Zeca sentimos uma coisa quando lá passamos, vergonha. Vergonha de ser um humano.

Posto isto e mudando para o discurso real, em Amesterdão tive de mudar toda a minha perspectiva da vida e ser "Holandês" (seja lá o que isso for). Fiz "parte" de uma manifestação, cambada de punks ocupas que ouviam boa musica (RAG), disse adeus a uma prostituta numa montra em claro sinal de comunicação (parece comum, mas eu estava dentro de um bar do outro lado do rio e nunca pensei que alguém me pudesse sequer ver), apaixonei-me nesse mesmo bar (que vai completamente contra os meus princípios :p), fumei uma "broca" com o Zeca (de notar que nenhum de nos tinha alguma vez experimentado, foi bastante marcante) e ainda comemos um space cake.

No meio de tudo isto ficamos em casa de uma amiga do Zeca (que frita!) que trabalha na Tommy e que tem uma casa espectacular, aquela sala faz duas casas da minha. Sábado passeamos bastante e acabamos por jantar com a Maria (amiga de Zeca) num restaurante de tapas onde havia um empregado português, muito álcool e drogas. Acho que estávamos portanto em Amesterdão.

Subscrevo-me ainda meio confuso do fim-de-semana







4 comentários:

Anónimo disse...

Diga sou um atento leitor do “C’est Top”. Quando li este teu post a 1ª pergunta que me fiz foi: “ Então devemos pura e simplesmente por de lado a solução holandesa, visto que tanto a prostituição e o consumo de drogas em Portugal e no mundo vão acabar por diminuir com as medidas presentes para o combate das mesmas?
No tempo da Lei seca nos Estados Unidos também se achava que “a decadência e degradação humana” iriam aumentar se o consumo de álcool fosse liberalizado. A história vem demonstrar que o consumo não aumentou por essa razão mas mais do que isso acabou-se com um negócio de alguns que ganhavam muito dinheiro através de redes criminosas.
O 1º passo nestes problemas passa por acabar com redes criminosas extremamente bem organizadas. Será que existem pessoas que morrem na Holanda por dividas de drogas ou dividas a proxenetas? E em Portugal? Uma vez mais parece-me que os Holandeses estão um passo à frente para melhorar o pântano onde todos nós vivemos.
Abraço

Leki disse...

ahhhhh, para quem não tinha assim muita curiosidade de conhecer amesterdao, gostei do que escreveste, quem lá vai vê a beleza e magia que tem essa cidade não muito grande mas com muito para oferecer.

P.S afinal não é só droga e putas

Leki disse...

Cocas, tas vivo rapaz???!!!...tou a viver no algarve, aparece por cá, tenho um lugarzinho para ti....

abraço

Diogo disse...

A unica coisa em que concordo contigo cocas é que de facto hà muitas coisas que estao perdidas na chamada "sociedade global". Nao acredito que a maneira de melhorar, reduzir portanto, as drogas e a prostituiçao seja a sua liberalização. Obvio que é apenas a minha opiniao, nao tenho estatisticas nem dados sobre dividas a nivel de drogados e proxenetas.

Um grande abraço mister Cocas e espero que esteja tudo bem