Nöel

Não consigo gostar do Natal. Talvez se tivesse um irmão pequenino, ou então se tivesse um filho. O natal é para os miúdos. Para mim o natal é igual a €. As empresas pagam um mes a mais aos empregados. As pessoas depois gastam o dinheiro que não tem em prendas. Comem desalmadamente. Está frio. Está um autêntico caos nas cidades. Não consigo compreender, honestamente.

A figura do pai Natal também me intriga. Veio da Holanda, o que desde si não inspira confiança (advém do Saint Nicholas - bispo da àsia menor), para os Estados Unidos e depois ganhou esta cara ridícula com barriga de cerveja. Pior, bebe coca-cola. Toda a gente sabe que aquela barriga não se fez com coca-colinhas. Aquela barriga é tão hipócrita como o capitalismo por detrás desta "festa religiosa". No fundo é nesta altura que compramos o nosso lugar no céu. Eu acho que nunca lá vou ter um lugar. O céu está de capacidade esgotada. Eu cá prefiro ir para a Jamaica quando morrer, ou então para o Brasil. Para o céu não quero.

A única coisa que os meus olhos avistaram de positivo em relação ao Natal reside nas ruas de Paris. Alguém me sabe dizer alguma cidade mais bonita que Paris? Não vale Lisboa, essa seria óbvia. As montras e ruas com decorações de Natal ficam absolutamente mágicas. Fico com vontade de abraçar toda a gente, mas depois vejo que são franceses. Raios, o Napoleão não podia ser português? Esta cidade dava-nos mesmo jeito porra.

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