quinta-feira, 17 de julho de 2008

RIP II, o regresso aos vivos

Às vezes pensamos nas coisas a que damos valor na vida, achamos ridículo o materialismo que invade, involuntariamente, o nosso subconsciente. Os últimos dias fizeram-me dar valor a algo que muito estimo e que o dinheiro não corrompe (ou pelo menos eu quero acreditar que não): a amizade. Evitando falar no obvio, nas pessoas que nos conhecem há anos e que nós sabemos que estarão connosco por muitos mais e que "no mather what" não nos iremos privar delas, queria destacar 2 pessoas que neste momento me apoiaram e me deram o conforto necessário para que Paris não seja um pesadelo (não é de agora o vosso apoio e proximidade, meus velhos resistentes), a minha "namorada" de seu nome David (sim, eu sei que não lês o meu blog, também não me interessa, vives a minha vida portanto não precisas de ler mais nada...) e a Isabelinha, que conseguiu arrancar os primeiros sorrisos do meu passado recente, e sim, eu sei Isabelinha, que não me vais deixar sozinho - foi querido teres deixado cair uma lágrima quando eu fui para casa ontem (mesmo sendo da tua constipação fiquei extremamente sensibilizado).

É meio lamechas e exagerado o meu pequeno texto, eu sei, mas dêem-me um desconto, estou com as emoções à flor da pele, desta vez custou-me deixar Lisboa. Não me perguntem porquê, talvez por tudo ter sido tão "perfeito", talvez por outras razoes, talvez porque eu sou um idiota (citando Miguel Amaral, esse poeta perdido no tempo e no espaço, mas que eu muito estimo). Vivemos tempos de tempestade, pessoas que abandonam o barco parisiense e deixam um buraco nesta cidade maravilhosa, pessoas que devido a causas amorosas e laborais inevitavelmente se afastam deixando um buraco no meu peito (sim Nuno, volta, estás perdoado), pessoas com quem mantemos uma relação amorosa e nos deixam por uma qualquer capital hispânica (posso ir para Madrid também Magboulé? Eu sei que não lês o meu blog), pessoas que deixamos na nossa terra e que tanta, mas tanta falta nos fazem (chamados amigos que não escolhemos, aceitamos), enfim, tempos de tempestade.

É no meio de uma turbulenta chuva com trovoada alojada por cima da minha cabeça (sim, como nos desenhos animados) que me despeço de vocês, com uma amargura natural de quem tem coração lusitano, onde a saudade abrange um povo e uma cultura. Gosto de vocês, pessoas que preenchem a minha vida.

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