quarta-feira, 9 de julho de 2008

Hoje

Hoje estou sensível, por favor pensa antes de dizeres alguma coisa. Não sei se sou só eu, se é a minha memória que se perdeu. Não me faças mal, se tens de fazer isto faz sem eu me magoar, faz sem eu o sentir. Hoje estou sensível. Sinto a brisa matinal entrar pelo meu peito, gela-me o coração. O sol já não ilumina o meu caminho, ele está cinzento, triste e solitário. Não me digas o que pensas, eu hoje estou sensível. As folhas passam pelos meus pés e ignoram a minha presença, elas não querem saber, elas também te pedem para pensares. As árvores baixam-se perante a ansiedade, perante a minha presença indiferente. Estou sensível. Sinto que uma palavra tua pode deixar cair as montanhas no meu corpo suspenso no ar, não estou preparado para ouvir, não hoje. Não sei porquê, não quero perguntas, não quero respostas, quero-te em silêncio, a meu lado. Hoje não consigo pensar que não és minha, quero ficar imóvel e sentir o cheiro do mar misturado na tua pele. Estou sensível, o mar sente, sente a minha fragilidade, sente o poder que tens sobre mim. As ondas vêm leves e beijam os meus pés arrepiados e nus, peço-lhes que não me deixem, que tragam a tua lembrança. Não me digas o que pensas, a tua ausência é para mim tudo, é o que tenho e vou-me agarrar à memória, a que não tenho. Estou perdido num jardim de emoções que não conheço e não quero sentir que não estás aqui. Estou sensível, senta-te ao meu lado, não me digas nada.

http://www.youtube.com/watch?v=0gVxRvNfFLg

3 comentários:

Anónimo disse...

ora,
"Sinto a brisa matinal entrar pelo meu peito" - estás em paris. a brisa matinal quanto muito faz-te desmaiar pela falta de oxigénio.

"As folhas passam pelos meus pés" - é verão. não há folhas no chão.

"As ondas vêm leves e beijam os meus pés arrepiados e nus" - se tens os pés a serem beijados pelo sena, meu caro amigo, eles vão apodrecer e cair.

Diogo disse...

Nuno o texto não tem espaço nem tempo. Poderà até ser um sonho.
Embrulha!
Muah aaaaaa

Anónimo disse...

tem espaço pois. mar e folhas e cenas.

quem é esse nuno de quem falas?