sexta-feira, 27 de junho de 2008

Euro 2008

Após o choque, infelizmente, habitual diário das noticias vindas do Zimbabwe (de referir que a noticia foi retirada do Times online) gostava de fazer uma reflexão sobre o Euro 2008. Desde a prestação de Portugal às surpresas e melhores jogadores.

Começando pelas exibições da selecção nacional, pouco posso acrescentar ao que fui lendo nos jornais, tanto a nível nacional como internacional, Ronaldo apresentou-se cansado (o que é perfeitamente natural tendo em conta a grande época que fez) e Portugal ressentiu-se da falta de um avançado. Apesar de considerar o Europeu de Nuno Gomes razoável, ele nunca chegará aos pés de um Ruud, Villa, Klose, etc. Tudo avançados que decidem jogos com golos importantes, avançados no verdadeiro sentido da palavra (e não jogadores-que-jogam-à-frente-virados-de-costas-para-a-baliza-para-abrir-espaços). A notícia de Scolari no Chelsea pode ter prejudicado um pouco a concentração e motivação dos jogadores, mas não penso que seja a justificação para os erros defensivos (morte ao Paulo Ferreira) que cometemos contra a Alemanha. Foram erros infantis e inadmissíveis numa selecção com a experiência de Portugal. Para terminar destaco as exibições de Pepe (para mim grande surpresa) e Deco, regulares e combativos, muito bom Euro destes dois estrangeiros.

Agora abordando o Euro de forma geral, acho que assistimos a uma realidade que vem a tornar-se cada vez mais evidente, as defesas estão mais fracas (logo quem tem uma forte chega longe) e os finais de época cada vez mais penosos a nível físico. Outro aspecto relevante, em termos globais, foram os erros grosseiros de arbitragem. Desde foras-de-jogo, a dualidades de critérios, penaltis e agressões não sancionadas, houve um pouco de tudo, numa clara tentativa dos árbitros em deixar jogar (erro grande quando os árbitros não estão habituados a faze-lo durante a época regular, com a excepção dos britânicos).

Para mim as grandes surpresas foram a Espanha e a Turquia. A Espanha, porque nunca pensei que chegasse à final, independentemente de ganhar ou perder o Euro os espanhóis mostraram maturidade e muita qualidade de jogo, com muitas soluções no banco e uma mentalidade "estranhamente" ganhadora. Grande trabalho psicológico de Aragonés, que não é o meu treinador favorito mas é de tirar o chapéu o trabalho que ele fez com esta selecção. A Turquia por tudo o que é acreditar e lutar até ao fim por um resultado positivo, não, não é sorte, chama-se GARRA. Se a França, a Itália, ou mesmo Portugal tivessem 1/5 da vontade destes jogadores qualquer uma poderia estar na final do Euro. Impressionante o querer, a união, a força mental, o trabalho de Terim. De referir também os jogadores de qualidade que se mostraram aos olhos da "Europa".

As grandes desilusões são obviamente a França, a Itália e a Grécia. A França mostrou estar velha e dependente de jogadores que têm o rei na barriga e idade para ter juízo. A arrogância do seu treinador não foi compensada com um acréscimo de motivação para os seus jogadores, a França jogou mal, desmotivada, cansada, rendida às evidências. A selecção francesa tem de ser renovada. A Itália, para grande pena minha, mostrou que o seu futebol perdeu identidade, já não é clássico catenaccio (ah saudoso Trappa) nem é um futebol "moderno", é algo insípido e muito fraquinho. É certo que contra a Espanha faltou Pirlo (nitidamente o melhor jogador da actual equipa) mas não chega para justificar a pobreza de futebol praticado pela squadra azzurra. A Grécia, nem preciso de me alongar, 3 jogos = 3 derrotas para a "ainda" actual campeã europeia (caiu-me uma pequena lágrima de raiva no teclado).

Vou concluir a minha análise com o que para mim foi o melhor onze do Euro (antes da final):
- Guarda-redes => Casillas (sem duvidas)
- Defesa direito => Sérgio Ramos (há muito que digo que é o melhor do mundo, incrível o jogo que fez contra a Rússia)
- Defesa esquerdo => Lahm (não é o meu estilo de jogador - não sabe defender - mas merece)
- Defesa central => Pepe (tudo dito)
- Defesa central => Chiellini (bom jogador)
- Médio defensivo => Senna (que classe...)
- Médio centro => Antilop (costuma jogar à direita, mas jogou no meio 3 jogos, grande jogador)
- Médio centro => Ballack (como me custa, odeio este gajo)
- Extremo direito => Arda (grande surpresa do Euro para mim)
- Extremo esquerdo => Silva (outro jogador que não é dos meus favoritos, mas inteiramente merecido estar no onze ideal)
- Avançado => Pavlyuchenko (que grande avançado, bom remate, bom sentido posicional, bom jogo de cabeça, lutador, ...)

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